segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Uma breve história do chocolate e suas categorias


O cacau (Theobroma cacao) é uma planta nativa do continente americano, mas por conta das navegações entre os séculos XVI e XVIII, e do intercâmbio de espécies comestíveis no mundo promovida em grande parte pelos portugueses, hoje são países africanos que detém a maior produção de grãos de cacau. O Brasil é, atualmente, o sexto maior produtor de cacau do mundo. Mesmo assim, o chocolate nosso de cada dia, em sua maioria, está longe de ter um bom padrão de qualidade.

Segundo o Codex Alimentarius, bíblia que regula a nomenclatura e padrões de alimentos no mundo, o chocolate é um nome genérico para diferentes produtos, obtidos a partir de matérias-primas do cacau, que podem ser combinadas com leite, açúcares, edulcorantes, e outros aditivos. O Codex Alimentarius define 6 grandes categorias de chocolate: chocolate (35% de cacau mín.), chocolate com açúcar (30% de cacau mín.), cobertura de chocolate (35% de cacau mín.), chocolate ao leite (25% de cacau mín.), chocolate ao leite familiar (20% de cacau mín.) e cobertura de chocolate ao leite (25% de cacau mín.). O chocolate branco está junto da categoria “outros produtos de cacau”, já que na sua composição não há cacau em pó, só manteiga de cacau.

Na França, para que um chocolate seja chamado de chocolate, ele deve apresentar pelo menos 35% de cacau em sua composição. Para o caso de um produto possuir gorduras vegetais além de manteiga de cacau, a rotulagem “contém gordura vegetal além de manteiga de cacau” é obrigatória (Larousse, 2013).

A maior parte dos chocolates produzidos no Brasil contem gordura vegetal, porém não há rotulagem específica para isso, a menção apenas consta na lista de ingredientes. Isso porque a manteiga de cacau, base do chocolate, é uma matéria-prima de alto custo. 

Não que o uso de gorduras vegetais esteja errado, ele é autorizado pelo Codex Alimentarius a até um máximo de 5%. Fica a questão se, uma comunicação mais clara junto ao consumidor, como é feita na França, deveria ou não ser adotada no Brasil.

Por Natalie Rios
Bióloga, trilhou seu caminho pela agroecologia, permacultura e economia solidária. Atualmente, aventura-se na Europa durante seu mestrado, “Food Identity”, focado na promoção e desenvolvimento de alimentos tradicionais e típicos.

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